quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Assisto em silêncio


Sabe aqueles momentos em que você decide mudar? Fazer uma faxina em sua vida? Fiz isso nesses últimos meses, troquei de rosto, troquei de atitudes, troquei de amigos, de colegas, só deixei Deus e minha família no lugar. Assim, como a pia e o armário da cozinha que nunca trocamos com medo de danificar algo.
Sofri com algumas mudanças, outras, já me fez bastante feliz. Queria que muita coisa que mudou, não tivesse mudado, mas não tenho o poder sobre tudo (ou tenho, mas eu não sei como usar). Já outras, agradeço a Deus por não ser mais como antes, por ter me livrado de tanta má influência e me dado forças para esquecer com tanta agilidade.
Já fui um garoto muito, mas muito feliz, brincalhão e extrovertido. Creio que minha infância demorou um pouco para passar. Hoje me vejo como um cara mais sério, cercado de obrigações e objetivos em minha vida que tento alcançá-los a todo custo, esquecendo até do próprio eu. Quero estudar, encontrar um bom emprego, conquistar minha independência e depois me jogar ao poder dos padrões da sociedade, que se resumem em casar e constituir uma família (Até parece que isso é “esquecer do próprio eu”).
Não tenho emprego, não estudo como eu deveria e muito menos tenho uma parceira para me entregar aos padrões da sociedade. E é isso que me faz preocupar tanto com meus objetivos.
Traçamos metas em nossas vidas, precisamos de estímulo, tanto de nós mesmos quanto daquelas pessoas que nós tanto gostamos. Para mim, falta apenas um estímulo para que eu possa seguir meu caminho com tanta certeza e determinação. Mas esse estímulo está um pouco longe, e lamento por essa distância ter sido culpa minha. Uma grande conseqüência que a demora de partir da minha infância causou.
Por mais que eu tente, parece que nunca será o suficiente para voltar a ser como já foi um dia. Mas creio que isso se deve pelo fato de todas as minhas tentativas serem para esquecer, ou fingir não dar mais importância, mas me perco nesse jogo de ator e minha emoção vence a razão e quando penso por mim, já estou aqui escrevendo de novo e relembrando de tudo o que passou...
Essas faxinas que damos em nossas vidas é um tipo de delete parcial, quando você menos espera, alguns arrependimentos alugam um quarto em sua memória e viram eternos inquilinos. Passamos a pensar que nós mudamos, fazemos as pessoas acreditarem nessas mudanças. Mas no fundo, continuamos aqueles mesmos loucos adolescentes pré-adultos com a cabeça recheada de nada de importante.
O que me deixa ainda convicto e passivamente normal é minha fé que nunca falhou quando precisei deixar minha vida nas mãos de Deus. Sempre fui ajudado e guiado. E é assim que vivo depois dessa faxina, Deus me mostra o caminho com minhas próprias pernas e eu só faço agradecer e pedir que me mantenha no rumo certo. E por isso que “Andar com fé eu vou, porque a fé não costuma falhar”, fazendo dele o substituto perfeito para o estímulo que ainda me falta.

Ps: Acho que só eu entenderei o porquê desse título...

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