As folhas nascem em uma estação, crescem e caem noutra. Uma muda é plantada. Ela cresce, se torna uma árvore e o tempo dá a essa árvore várias faces distintas em cada estação...
Tudo muda com o passar do tempo: nossos olhos, nossos cabelos, nossas reações em situações variadas. Mas o mais interessante é que nós não percebemos essas transformações que sofremos.
Lembro-me como se fosse hoje as vezes que me olhava num espelho onde refletia uma face totalmente suave, longe de qualquer sinal de barba ou mesmo de um cravo perturbador. Lembro-me como se fosse hoje as vezes que me juntava com os garotos do bairro e saía a andar de bicicleta pelas ruas, de patins pelas quadras ou mesmo a pé.
Hoje todos esses garotos têm seus empregos, alguns suas famílias, todos consideravelmente diferentes de quando nos juntávamos para qualquer brincadeira.
Deixar uma criança para trás para ser um adolescente tem seu preço. Sinto falta de quando bastava me dar um carrinho e minha diversão estaria garantida durante meses, sem contar com o prazer de ir à escola e aprender todas aquelas sílabas que dariam origem a uma bela palavra. Digamos que hoje, minha diversão depende muito mais que apenas um carrinho e ir para o colégio se tornou uma obrigação.
Aqui, analisando as mudanças que eu sofri em meus 17 anos de vida, percebo que daqui a pouco mais de uma semana esses 17 se tornarão 18. O que me faz acreditar que uma nova fase da minha vida dará largada. Uma busca por independência será um foco onde meu consciente se firmará neste futuro próximo. Decisões importantes terão de ser tomadas, responsabilidades terão de ser assumidas e maturidade terá, eu de ter. Uma caminhada para a vida adulta começará e quero está preparado para não haver erros, mas não quero ser perfeito também não. Quero aprender o que a vida tem a me ensinar de verdade e quero acreditar que tempo eu terei de sobra. Já fui uma muda, uma pequena planta, agora sou quase uma árvore e daqui pra frete o tempo é quem determinará as várias faces que assumirei à frente...
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